terça-feira, 10 de agosto de 2010

Minha benção na Primeira Missa (10/08/2010)

E quando tudo acabar
No fim da festa um sorriso fugaz
Pelo menos.
E encara com um desolhar estranho
Ao olhar pra traz

E querer ter o álcool
E alimentar a alegria
E desejar estar no lugar
De todas as desgraças dos outros,
Acreditando que não terei apocalipse
Quando abrir a porta de casa.

Para quando chegar
Cambalear pelas paredes sinuosas
E atirar-me incólume à cama
E abraçar os travesseiros
Conforme meus únicos consolos
E me esquecer de que não fui ninguém
Enquanto alguém tentava ter
O que só a mim pertence.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Morfina (09/08/2010)

Nesta vida
Cheia de agitações tardias,
Conformo-me com a frieza dos dias
Onde sinto na alma o sumo açoite
De entregue ao corpo estranho pela noite.

E assim mesmo, sacudida, não me ama
E não me vê, não me olha, não me chama
Mas deste prêmio corpo eu divido a cama
E se a alma esfria, o lábio tenso inflama.

E engano-me com o canto colibri de flautas
Quando há mesmo o som de um murmúrio em praça incauta
E envergonho-me enquanto o choro sobressalta
Por uma febre que temo e assusta, mas falta.